
A oração de Daniel
O texto bíblico informa que Daniel fez sua oração a Deus ao ter entendido, pela profecia do profeta Jeremias, que a duração da desolação de Jerusalém seria de setenta anos (Daniel 9:2; cf. Jeremias 25:11,12; 29:1). Então Daniel se humilhou perante o Senhor, e o buscou com oração, súplicas e jejum (Daniel 9:3).
Em sua oração o profeta Daniel adorou ao Senhor (Daniel 9:4), confessou o pecado de Judá (Daniel 9:5-11), reconheceu a legitimidade do julgamento de Deus contra o pecado do povo (Daniel 9:11-14), e apelou para a manifestação da misericórdia divina com base na glória do próprio nome de Deus (Daniel 9:15-19).
O mesmo capítulo bíblico mostra que Deus ouviu e respondeu à oração de Daniel. Deus enviou o anjo Gabriel para falar com Daniel e lhe anunciou a profecia que ficou conhecida como “a profecia das setenta semanas de Daniel” (Daniel 9:20-27).
Através dessa profecia maravilhosa com implicações escatológicas , Deus falou ao profeta não apenas sobre a restauração de Jerusalém com os remanescentes do cativeiro, mas principalmente sobre a vinda do Messias prometido.
O que aprendemos com a oração de Daniel?
A oração de Daniel é um exemplo de como um crente deve orar. Em primeiro lugar, a atitude de oração de Daniel em decorrência de sua leitura da Palavra de Deus nos ensina muito sobre qual deve ser a atitude do cristão diante da soberania de Deus.
O texto bíblico diz que Daniel orou fervorosamente ao Senhor após ler nas Escrituras acerca dos anos de cativeiro que tinham sido decretados por Deus. Algumas pessoas pensam que o fato de Deus governar a história soberanamente de acordo com seu decreto inviolável, é algo que desencoraja a oração.
Mas o profeta Daniel pensava exatamente o contrário. Ele via no decreto eterno de Deus um motivo irresistível para a oração. Ele via na soberania de Deus a certeza de que o Senhor é Aquele que responde a oração do Seu povo.
Consequentemente, em segundo lugar, a oração de Daniel nos ensina que uma oração eficaz é aquela oração fundamentada nas promessas de Deus, ou seja, em resposta à Palavra de Deus. A oração de Daniel foi uma oração pactual. Ele recorreu à aliança do Senhor.
Daniel compreendeu o decreto de Deus com relação ao tempo de cativeiro e imediatamente se colocou diante do Senhor em oração pedindo que Deus agisse em favor do Seu povo escolhido. Nesse sentido Daniel sabia que sua oração era legitima porque estava de acordo com a vontade de Deus revelada em Sua Palavra; estava alicerçada na promessa do Senhor.
Em terceiro lugar, a oração de Daniel nos ensina que uma oração genuína envolve confissão de pecados. Daniel confessou ao Senhor que o povo – do qual ele também fazia parte – havia transgredido a lei de Deus. Ele admitiu que a única coisa que o povo realmente merecia era a manifestação da justiça divina em resposta ao seu erro. Algumas pessoas perdem tempo em suas orações tentando se justificar perante o Senhor, quando deveriam gastar tempo admitindo seu pecado e se derramando em contrição diante de Deus.
Por fim, a oração genuína é aquela que coloca, acima de qualquer outro objetivo, sua preocupação com a glória de Deus. Daniel orou recorrendo ao caráter misericordioso e perdoador de Deus. Mas ele não colocou como base para isso um suposto merecimento humano. Muito pelo contrário! Ele colocou o zelo do Senhor pela glória do Seu próprio nome como o objetivo maior pelo qual Ele haveria de agir em favor do Seu povo escolhido.
Então neste ponto a oração de Daniel nos convida a analisar se nossas orações buscam, antes de tudo, a glória do Senhor. Isto está plena harmonia com a oração ensinada pelo Senhor Jesus: “Pai nosso, que estás no céu. Santificado seja o teu nome […]” (Mateus 6:9-13).
A vida de oração e jejum, nos faz alinharmos as nossas vontades e desejos, as vontades e ao desejo de Deus. Nos faz compreender, acalma nosso coração e traz coisas maravilhosas para nossas vidas.